Garanhuns e Jazz Festival

Primeiro post de verdade depois de muito tempo sem escrever nada. Confesso que estou com preguiça, mas vamos lá.

Na semana passada, eu e minha família fomos a Garanhuns, cidade localizada a pouco mais de 220km de Recife, para passar o período de carnaval. Nunca tínhamos ido e aproveitamos para encontrar alguns membros da família lá. O lugar é agradável, organizado e aconchegante. Não sei se a tranquilidade era normal ou devido ao período carnavalesco, onde muitas pessoas saem das suas cidades para outros locais, principalmente tendo Recife e Olinda tão "próximo". Os dias começavam assim:


Mas alguns dias fazia sol e só depois do almoço a garoa começava. Como não conhecia a cidade, e não estava disposta a ficar no quarto do hotel diferente dos meus irmãos, saí com meu pai para andar um pouco e conhecer os arredores. Um dos pontos mais atrativos é o Parque Euclides Dourado - ou Parque dos Eucaliptos -, que conta com 8 hectares muito bem aproveitados (sério, eu pensei que fossem mais de 10), com duas quadras fechadas e uma ao ar livre, área para alongamentos, playground para as crianças, pista de caminhada/cooper e até uma biblioteca municipal.



Acho que faltou um pouco de verde na parte de baixo, não sei se isso é uma característica das florestas de eucalipto ou apenas descuido dos responsáveis. Também tinha uma pistinha de skate, que ficava bem ao fundo do parque - não sei porque diabos não tirei uma foto - e alguns obstáculos para os skatistas.

Esses dias passaram muito lentamente, nem parece que estivemos lá por somente 3 dias. Quando não saía para conhecer os pontos turísticos, dormia depois almoço até as 18h, aí acordava, tomava banho, me arrumava e comia alguma coisa antes de ir ao Jazz Festival. O "Garanhuns Jazz Festival" é um dos eventos mais importantes e atrativos, junto com o "Festival de Inverno de Garanhuns", em Julho, mês que registra temperaturas mais baixas. Acontece durante o carnaval e recebe cidadãos e turistas de várias cidades da região.

A primeira noite começou pontualmente às 20h, com a apresentação de Sérgio Ferraz. Até agora nada de jazz/blues. Em seguida Jefferson Gonçalves (RJ) e Jehovah da Gaita (PE), que fizeram uma session de blues com a Uptown Band (PE). Em seguida o músico norte-americano Donny Nichilo se juntou a eles, com piano e voz, depois também atacou de gaitista. Foi a "Harp Night" começando. Não ficamos até o final, voltamos para o hotel antes de 22h.


A segunda noite começou com atraso, e com uma atração que consequentemente atrasou as outras. Um reisado chato do cacete. Mas só depois de um poeta/cordelista regional foi que o argentino com sotaque carioca Victor Biglione e o carioca Marcel Powell subiram ao palco para tocar algo que me pareceu mais mpb que jazz. Um som instrumental com violões de aço sendo dedilhados energicamente, principalmente pelo argentino.


Após mais um intervalo divertidíssimo (favor notar o sarcasmo) com uma atração regional e uma mudança na ordem das demais, fomos embora e não ficamos para a "Ladies' Night".

O terceiro dia começou com Alexandre Santiago acompanhado da banda Dose Dupla (não, não é a de forró). O velhão toca muito! Já chegou mandando um blues. Entre um riff e outro eu me pegava prestando atenção no baixo, mais especificamente nas linhas usadas para conduzir o som. Deu vontade de voltar a ser baixista e tocar algo parecido, mas também deu vontade de pegar uns blues na guitarra.

Em seguida se apresentou um grupo de batuque e percurssão composto por jovens da cidade, que já foi emendando com a apresentação do saxofonista norte-americano Atiba Taylor, que se apresentaria depois, junto com a banda "Brasil Modern Jazz Quarteto". Isso já me fez pensar em batuques de maracatu, e logo pensei que seria um saco. Mas até que nem foi tanto. Nesse momento as pessoas que estavam cansadas de ficar longe, ou de pé ao lado das cadeiras, começaram a se amontoar em frente ao palco, atrapalhando a visibilidade dos que chegaram cedo para pegar bons lugares e assistir aos shows sem interrupções.

Um fato que aconteceu no final da primeira atração, antes do batuque: alguns jovens do projeto estavam distribuindo um par de baquetas para algumas pessoas do público, fosse como agradinho ou para que a audiência interagisse em algumas músicas, fazendo um barulho acompanhando-os. Cara, foi muito bizarro as pessoas levantando para ir lá pegar baquetas, como se nunca tivesse visto ou tocado em um par. Um par de baquetas 5A simples (para não dizer fuleiras) custa em média R$ 8,00. As minhas eu comprei por R$ 5,00, só porque queria baquetas novas para a bateria do Rock Band. Teve uma gordinha que pegou 6 pares, SEIS PARES! Gordo só faz gordice mesmo. Agora imagine se fosse algo de comer...

Pouco depois das 23h começou a "Guitar Night", com muitas participações. Eu sinceramente não sei dizer quem é quem só olhando o folder da programação. Infelizmente não ficamos até o final, mas voltamos para o hotel perto de meia noite. Consegui contar 5 guitarristas no palco, tocando simultaneamente, em harmonia com os outros instrumentos. Foi sem dúvida o melhor dia do festival. Voltamos para Recife na manhã da terça-feira, dia 21/02, portanto não estivemos presentes no último dia do festival.


Pontos negativos: não gostei de algumas atrações regionais, muito provavelmente aparentemente estavam ali para cumprir algum tipo de cota, já que o evento é realizado pela Prefeitura de Garanhuns e para dizer que apoia "gente como a gente" dá espaço em eventos deste tipo. Também não gostei da desorganização nas cadeiras, onde qualquer pessoa sentava - em qualquer lugar - e dizia para algum dos "donos das mesas" dos quiosques de alimentação para colocar uma mesa ali, mesmo que não tivesse espaço. Acho que deveria ter uma espaço somente para as mesas, de preferência mais afastado do palco, e outro para as cadeiras.

Comentários

  1. [...] P.S. Mudei a tag dos posts relacionados ao intercâmbio por “Intercâmbio”, para que a tag “Viagem” ficasse livre para ser usada quando eu fosse escrever posts sobre viagens em geral, como foi o caso do post. [...]

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