Ida ao Consulado dos E.U.A.

Marquei a entrevista na última semana de Janeiro, e dia 13 de Março - às 9h - era a data mais próxima, pois Fevereiro já estava todo lotado. Todo mundo querendo tirar o visto para viajar nas férias do meio do ano. Aliás, este é um dos motivos pelo qual eu corri de tirar as férias e fazer uma viagem no meio do ano: muitos brasileiros na América do Norte. Diferente de muitos, não vou levar camisa da seleção brasileira - nem tenho, para falar a verdade -, mas vou levar uma bandeirinha, já me preparando para algo do tipo "mostre de onde você veio" na escola. O motivo principal de viajar nesse mês tão procurado, e com passagens tão caras, é porque meu primo Victor vai também, como já falei nesse post.

Cheguei MUITO cedo (7h30) e fila já estava enorme. Foi burrice chegar tão cedo, pois eles organizam a ordem as pessoas de acordo com os horários. A principal dica que recebi foi: leve uma sombrinha ou um guarda-chuva. Fez sol forte, calor, depois uma chuvinha, depois sol de novo, e depois chuva de novo para depois fazer sol novamente. Levei também o telefone e o iPod. Ninguém falou que não podemos usá-los enquanto esperamos para entrar, só dentro que não pode. Fiquei ouvindo música e usei um pouco o 3G. Quando estava perto da entrada liguei para Painho e pedi para ele ir buscar as minhas coisas. Os únicos papéis pedidos foram confirmação de preenchimento do formulário, canhoto do CitiBank e foto 5x7. Eu tinha de tudo, TUDO, na minha pastinha, desde comprovantes de votação em eleições passadas até contrato do curso do intercâmbio.

Tinha muita gente pois este é um dos únicos Consulados dos Estados Unidos no País. Só tem 3 no Brasil: Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. E a Embaixada, logicamente, fica no Distrito Federal. Pessoas de várias cidades e Estados estavam presentes, inclusive um casal de Florianópolis.

Logo que entrei e passei pelo raio-X, recebi uma senha e sentei em uma cadeira aguardando me chamarem. Enquanto isso preenchi o envelope do Sedex. E como também fui alertada, a chamada é por ordem completamente aleatória. Com toda a organização e burocracia, não é possível que isso seja escolhido "na sorte", acredito que lá dentro - em uma salinha - eles façam uma triagem antes de chamar cada solicitante pela senha. Uma senhora ao meu lado estava com a ficha 654 e eu, com a 822, fui chamada antes dela.

Após passar por uma pesada porta blindada. (Todas as portas são pesadas e blindadas). Ficamos em uma fila - que anda rapidamente - para deixar as nossas impressões digitais registradas. Em seguida a última fila, para a tão temida entrevista. Confesso que eu pensavam em algo como interrogatório de seriado. Há 3 guichês onde os atendentes - todos gringos - perguntam basicamente "o que você pretende fazer na América do Norte", "se estuda ou trabalha", "quem vai pagar a sua viagem" e "quais as profissões dos seus pais (neste caso, a de quem está pagando a viagem)". Informações básicas e que foram preenchidas anteriormente no formulário DS-160.

Por mais que as pessoas digam "fique tranquilo(a)" em situações desse tipo, não tem como não ficar nervoso. Vestibular, prova prática para tirar a CNH, entrevista de emprego, ... O nervosismo começou logo na hora de escolher a roupa que iria usar. Acordei com vontade de usar a camisa do "Capitão América", mas mudei de ideia por razões óbvias e fui com a da "Nintendo University". Que rendeu a piadinha "Eu nunca vi essa universidade"* do gringo que me atendeu no guichê de entrevista. Na hora eu estava tão nervosa que não sabia se respondia em inglês ou em português. Quando ele falou "Fernanda, o seu visto foi aprovado, okay? Tenha uma boa viagem!"* eu senti um alívio tão grande, mas ainda estava nervosa. Queria responder "Obrigada. Tenha um bom dia!", mas só saiu um tímido "Valeu!". ¬___¬'

Segui em direção a um balcão dos Correios, deixei o envelope do Sedex pago e, ao sair do recinto, fui em busca de um telefone público. Nunca mais pensei que fosse perguntar "Onde encontro um telefone público por aqui?" a alguém. Com este visto aprovado, agora podemos pensar na solicitação do canadense. Neste sábado irei na CI para pagar pelas passagens aéreas e resolver o que mais tiver para resolver por enquanto.


P.S. Escrevi um monte de coisas sobre o processo e nem sei se vai dar merda. Acho que não. (...) Sinceramente, não é possível que dê!

*Leia fazendo sotaque de gringo.

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